Cartilha sobre saúde mental de meninas e mulheres é apresentada ao Senado

A cartilha do IEPS e do Instituto Cactus revela o impacto das desigualdades de gênero na saúde mental de meninas e mulheres.

Senadora Augusta Brito, presidente da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, Dayana Rosa, gerente de saúde mental do IEPS e integrante da Secretaria Executiva da FPSM, e Bruno Ziller, coordenador de Projetos e responsável pela frente de advocacy do Instituto Cactus. | Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Na última quarta-feira (04), a cartilha “10 Ações de Políticas Públicas para a Saúde Mental de Meninas e Mulheres”, do Instituto de Estudo e Pesquisa em Saúde (IEPS) e do Instituto Cactus, foi apresentada em audiência pública na Comissão Permanente Mista de Combate contra a Mulher. O documento traz propostas aos Poderes Legislativo e Executivo com foco na prevenção e promoção da saúde mental de meninas e mulheres. 

O material apresenta cinco recomendações ao Poder Executivo e cinco ao Poder Legislativo. Entre as propostas estão a criação de um modelo de cuidado para meninas e mulheres na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), e a elaboração de boletins epidemiológicos para monitorar os casos de transtornos e sofrimento psíquico. 

A cartilha destaca como fatores como pobreza, racismo e violência de gênero impactam a saúde mental, principalmente de meninas, que lidam com muitas pressões e violências desde cedo. Dados do Ministério da Saúde apresentados na audiência mostram que houve um crescimento de 70% nos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, sendo 76,9% dos casos contra meninas. 

Dayana Rosa, gerente de programas do IEPS e membro da Secretaria Executiva da FPSM,  fez um apelo por políticas que priorizem a prevenção e o acolhimento: “Não conseguimos fazer a notificação da violência na Atenção Básica. A gente perde a oportunidade de prevenir e acolher, ao ponto de chegar na Comissão de Violência para falar de saúde mental de meninas e mulheres”. 

O deputado Pedro Campos (PSB-PE), presidente da FPSM, também participou da audiência, e ressaltou a gravidade do quadro de saúde mental da população feminina. Ele destacou o impacto da economia do cuidado sobre meninas e mulheres, afirmando que políticas públicas específicas são essenciais para aliviar as pressões que elas enfrentam. 

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